Rómulo tinha a noção de que os arqueiros não tinham fuga possível. Os soldados que o seguiam cercariam as torres e, assim que os assassinos do rei fossem apanhados tudo estaria perdido. Abriam a boca em troca da liberdade e o plano estava arruinado. Porém, com a ajuda de Serpeus, um soldado com mais amor pelas moedas de ouro do que pelo reino, tinha elaborado um plano. Em ambas as torres havia deixado algumas tochas para com elas atear fogo a ambas as torres. Rómulo trataria da torre do seu lado direito enquanto o seu aliado estava encarregue da outra.
Ambos pediram aos soldados para esperarem e entraram nas torres. De imediato atearam o fogo, impedindo a saída dos arqueiros. Em seguida, saíram apressadamente, anunciando em falsos gritos de horror que as torres estavam a arder. Nenhum dos arqueiros, que rapidamente desciam as escadas para tentar a fuga, sabendo que se fossem apanhados pela rainha seriam entregues aos leões, conseguiu evitar uma expressão de terror ao encontrar as chamas. Logo naquele local gritaram por ajuda. Rómulo, Serpeus e seus homens ouviram perfeitamente os gritos desesperados.
- O fogo é um castigo brando para o vosso crime! – exclamou Rómulo.
- Ardei no inferno que criaste! – apoiou Serpeus.
Os arqueiros voltaram a subir as escadas e de cima das torres suplicaram por ajuda.
A rainha dirigiu para as torres um olhar de desprezo.
- Os santos protegeram-vos, malditos. Pudesse eu as colocar minhas mãos em vocês... Deixasse-me Deus vingar a sangue frio a morte do meu rei.
A atenção de todos desviou-se das torres, Elara, acompanhada de quatro soldados e de um desconhecido, aproximavam-se da rainha.
- Minha mãe, minha rainha, olvide aqueles dois, pois são apenas carneiros. Apresento perante si o mentor de todo este trágico estratagema.
Durun sentia-se confuso com tudo aquilo. Ele, mentor? Ele, culpado daquele atentado? Sim, ele tinha um plano, todos os seus amigos tinham, mas esse plano tinha falhado. Alguém interviera, alguém que não tinha nada a ver com o plano de Amara.
- Quem és tu, miserável? Porque trouxeste a morte a um dia de festa? – questionou a rainha, aproximando-se de Durun.
- Sou Durun, filho dos vales e bosques. Venho sozinho e, ao contrário do que a princesa afirma, não tenho nada a ver com a morte do rei.
- Além da morte do meu marido ainda te dás ao desplante de contradizeres a minha filha? Como te atreves? Quem pensas que és? – interrogou Alessandra em cólera.
Elara aproximou-se de Rómulo, deixando a rainha e os soldados com Durun.
- Idiota! Tu disseste que eles não falhariam! O meu irmão fugiu! – murmurou Elara, zangada.
- Deixe que aqueles idiotas morram queimados. O príncipe fugiu,mas ainda há esperança. Ainda há algo a fazer. Enviaremos soldados à sua procura… Soldados para o eliminar. – segredou Rómulo.
- Espero que sim, para tua saúde. – ameaçou Elara - Considera este como o teu primeiro e único perdão, meu querido Rómulo. Caso não consigas os teus intentos, poderás ter a certeza disto… Tu morrerás!
Entretanto Durun tremia perante a Rainha. Por mais que jurasse que nada tinha a ver com o que tinha acontecido Alessandra não acreditava.
- Soldados, - ordenou esta - levem-no para a Câmara de Azthar. A sua dor não lhe permitirá mentir por muito mais tempo.
O cenário de festa estava agora destruído. O corpo do rei havia sido retirado pelos soldados, as torres haviam sido incendiadas e os arqueiros queimados. Ísis encontrava-se abraçada ao pai chorando pelo desaparecimento de Adhemar.
Nesse mesmo instante na floresta, Delenia e Adhemar corriam como loucos até que o príncipe parou, esgotado.
- Pára… - pediu, tentando recuperar o fôlego - Onde vamos? Penso que já corri muito trilho com alguém que desconheço.
Delenia sorriu.
- Alguém que te salvou. – respondeu - Não achas que é o suficiente para confiares em mim?
- Diz-me o teu nome.
- O que interessa? Não será o meu nome que te salvará a vida mas sim as nossas pernas. Não sabes o que aconteceu, temos de continuar.
- Encontraremos um abrigo para descansarmos. – sugeriu o príncipe.
- Está bem – disse Delenia, impaciente – Mas vês aqui algum abrigo? Ou queres abrigar-te numa toca de esquilo?
Sem palavras para a contradizer, o príncipe não disse mais nada, continuando a caminhar.
Delenia parou por alguns segundos, esperando que Adhemar se aproximasse. O seu rosto estava agora profundamente sério.
“Porquê?”, pensava. “Porque é que te salvei? Espero que Amara saiba o que fazer.”
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Muito bem, gostei ^^
Só quero fazer uma sugestão... podiam por ao lado do texto os nomes de todas as personagens e o que elas são respectivamente, porque por vezes perco-me xD
Leto,
no site http://www.osfilhosderaven.webs.com/ vão ser colocadas todas as informações sobre a história, personagens principalmente ;)
Enviar um comentário