segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Capitulo VII (Parte III)

A noite já ia longa quando Rómulo se deitou para tentar descansar algumas horas. Fechou os olhos mas abriu-os novamente de forma brusca. Tentou de novo, mas não conseguiu. Cada vez que tentava adormecer a imagem da mulher que acabava de assassinar multiplicava-se na sua mente, uma e outra vez, como milhões de imagens diferentes que se sobrepunham. Levantou-se, o seu corpo encharcado em suor. Andou nervosamente pelo quarto, tentando esquecer o que tinha acontecido, enquanto repetia para si próprio que era um assassino, que não era a primeira vez que matava alguém. Porquê aquele sentimento? Que soldado digno desse nome poderia sentir pena? Repetiu para si próprio com um ar de desprezo “pena”. Porque se sentia assim? Estaria a idade a amolecê-lo? Os seus pensamentos foram interrompidos quando bateram à porta.
- Quem é?
- Elara. Abre.
O soldado dirigiu-se à porta e abriu-a devagar.
- O que se passa princesa? Alguma urgência?
Elara mandou-o afastar-se, entrou no quarto e fechou a porta.
- Muitas vezes me serves como princesa que sou, hoje quero que me sirvas como mulher que sou – despia-se lentamente – Pois acima de tudo é isso que sou. Acima de qualquer cargo que tenha. Acima do estatuto com que nasci…sou mulher. E hoje desejo-te.
Rómulo abraçou-a com força. Elara sorriu.
- Bem sei o quanto me desejas.
Os lábios dos dois aproximaram-se.
- Apaga-me este fogo que tenho dentro de mim – suspirou Elara – Faz-me tua esta noite.
Rómulo tentou beijar a princesa, mas esta colocou o dedo indicador em cima de seus lábios.
- Calma, valente guerreiro. Tanta pressa…
- Quero-te! – exclamou o homem.
Elara sorriu e deu-lhe uma chapada.
- Quem és tu para me merecer? – afastou-se – Quem pensas que és? – sorriu – Pobre inútil.
Rómulo passou a mão pela face e aproximou-se da princesa, encostou-a com violência contra a parede e arrancou-lhe a pouca roupa que restava.
- Pois sabes que me desejas. Por isso vieste cá hoje. Por isso estás aqui esta noite. Provocas-me porque sabes que te quero. E sabes que me queres. Quantas noites passaste acordada a sonhar com isto?
- Deixa-me! – exclamou Elara – Deixa-me senão vais-te arrepender!
Rómulo beijou-a mesmo perante a sua recusa. Pouco a pouco, a princesa deixou de resistir e correspondeu a um beijo forte que lhe tirou o fôlego.
- Tu sabes que me desejas. – afirmou Rómulo – Tu sabes.
Elara recuperou do beijo e cuspiu na face do homem. Este sorriu e beijou-a novamente. Deitou-a na sua cama e possuiu-a com raiva, tal como dois animais no cio.


Arus Razza dormia com um sorriso estampado na cara quando o barulho de uns vidros a estilhaçarem o fez despertar. Foi a grande velocidade para a sala onde já se encontrava a sua filha. Seguiu o olhar assustado desta e deu com dezenas de corvos voando em círculo perto do tecto. Os vidros da sala estavam todos partidos e o barulho que os animais faziam era ensurdecedor. Subitamente os corvos começaram a alinhar-se desenhando uma palavra…”Viva”.

Sem comentários:

 

site weekly hits
Corporate-Class Laptop